Catedral Basílica do Santíssimo Salvador – 5 de julho de 2025
A Igreja canta de júbilo! Transbordamos de gratidão e louvor a Deus pela graça incomensurável que nos foi concedida na noite de hoje, na Solene Celebração Eucarística realizada na Sé Primacial do Brasil: a Ordenação Episcopal de nosso querido irmão, filho desta amada Igreja Particular de São Salvador da Bahia, Monsenhor Victor Kernick Scognamiglio, elevado à plenitude do Sacramento da Ordem pelas mãos consagradas de Dom João Carlos Cardeal Vitalli.
Reunimo-nos nesta noite histórica para exaltar o Senhor com toda a Igreja, certos de que os céus também rejubilam diante de tão sublime evento da graça. Porque quando um pastor é elevado ao ministério episcopal, não apenas um homem é revestido de autoridade sagrada, mas a própria Esposa de Cristo é enriquecida com novo brilho, com nova força, com nova esperança.
É, portanto, com o coração inflamado de alegria e com profunda emoção eclesial que dirigimos esta Mensagem de Felicitação e Comemoração, em nome de toda a Arquidiocese de São Salvador da Bahia, pela Ordenação Episcopal do Mons. Victor, agora Bispo Auxiliar de Brasília e servidor da Igreja de Cristo como sucessor dos Apóstolos.
Dom Victor é fruto fecundo da nossa Igreja. Sua vocação foi discernida entre as ruas históricas do Pelourinho, os corredores de nossas igrejas centenárias, os bancos do nosso Seminário São João Maria Vianney, e no seio da Comunidade dos Arautos do Evangelho, onde sua fé foi profundamente nutrida, fortalecida e transbordou em ardente zelo pastoral, espiritualidade robusta, piedade mariana e intelectualidade eclesial.
Como filho da Arquidiocese de Salvador, foi aos poucos se destacando como discípulo do Senhor, profundamente enraizado na oração, fiel ao magistério da Igreja e sempre pronto a servir. Acompanhamos seu amadurecimento vocacional, sua formação sacerdotal, sua vida de santidade no ordinário do dia a dia, e seu testemunho no altar, no confessionário, nas salas de aula, nos púlpitos e nos corações daqueles a quem foi enviado.
A nomeação episcopal foi, portanto, o reconhecimento da fidelidade de Deus em sua vida e da fidelidade de Dom Victor à missão que o Senhor lhe confiou.
Nesta noite, a Catedral Basílica do Santíssimo Salvador foi mais uma vez o cenário de um Pentecostes. O Espírito Santo pairou sobre a assembleia litúrgica com suavidade e força, consagrando para a Igreja universal mais um pastor segundo o Coração de Cristo.
Em cada rito, em cada gesto da Liturgia da Ordenação Episcopal – desde a apresentação do eleito, a imposição das mãos, a prece consecratória, a unção com o óleo do Crisma, a entrega do Evangelho, do anel, da mitra e do báculo – contemplamos um mistério que nos ultrapassa: Deus mesmo, através da Igreja, moldando um novo Apóstolo para os nossos tempos.
Com a unção da fronte, o novo Bispo se tornou configurado a Cristo Cabeça; com a imposição das mãos, foi investido do Espírito dos Apóstolos; com a entrega do báculo, foi constituído pastor do rebanho; com a imposição da mitra, foi coroado com a missão de ensinar, santificar e governar com sabedoria e coragem.
Quantos corações pulsaram ao ouvir as palavras da prece de ordenação! Quantos olhos se marejaram de lágrimas! Quantos lábios sussurraram louvores! Quantos fiéis elevaram súplicas pelo novo Bispo, com fé e esperança! Foi uma noite memorável, que ficará gravada na memória da Igreja e do povo santo de Deus.
A Arquidiocese de Salvador se alegra como mãe que vê um de seus filhos atingir a maturidade plena na fé. E o vê elevado à mais alta dignidade da vida eclesiástica com humildade e fidelidade. Mons. Víctor é testemunho eloquente de que a Igreja é viva, fecunda e santa; de que o Espírito Santo continua agindo e suscitando homens que entregam tudo por amor a Cristo e à sua Esposa.
Neste sentido, não podemos deixar de manifestar nosso orgulho espiritual e nossa gratidão filial: orgulho por termos contribuído com nossa oração, formação e convivência para a lapidação de tão precioso servo de Deus; e gratidão, porque o Senhor nos permite participar da alegria da Igreja universal, entregando um de nossos filhos para ser bispo e missionário da unidade.
Nos alegramos também com os Arautos do Evangelho, que tanto contribuíram com o crescimento vocacional, intelectual e espiritual do novo bispo. Ali ele cultivou o amor à Santa Liturgia, a profunda devoção à Santíssima Virgem, a obediência à hierarquia e o espírito de fidelidade doutrinal. A espiritualidade que ali floresceu transparecerá, com certeza, em seu ministério episcopal.
O episcopado não é honra, mas serviço. E é por isso que hoje glorificamos a Deus, porque sabemos que Dom Victor será servo de todos, como o próprio Cristo o foi. Seu pastoreio se caracterizará pela mansidão dos santos, pela fortaleza dos mártires, pela sabedoria dos doutores, pela caridade dos grandes pastores.
Seu lema episcopal, escolhido com oração e discernimento, será um farol para o seu ministério. Ele nos lembra que todo bispo é chamado a ser pai, irmão, amigo, pastor e guardião da fé. Como diz o Concílio Vaticano II:
“Os bispos, pela sucessão apostólica, presidem, como vigários de Cristo, às Igrejas particulares a eles confiadas, e governam-nas como verdadeiros pastores” (Lumen Gentium, 27).
Por isso, a partir desta noite, nossa oração se renova, para que a graça que lhe foi conferida se manifeste em abundância. Que o Senhor lhe conceda zelo pela verdade, espírito de unidade, ardor pela santificação dos fiéis, caridade pastoral para com os pobres, ternura para com os que sofrem e coragem profética diante das adversidades do mundo.
A fé que nos uniu nesta noite é a mesma que sustenta a missão da Igreja em todos os séculos. Fé na Palavra que salva, fé no Cristo Ressuscitado, fé na ação invisível, mas eficaz, do Espírito Santo que transforma homens frágeis em colunas da Igreja.
Com esta fé, queremos reafirmar nosso apoio, nossa intercessão e nossa presença orante ao lado do novo Bispo. A Arquidiocese de Salvador jamais deixará de considerá-lo um de seus filhos prediletos. Mesmo servindo a Igreja de Brasília, Mons. Víctor sempre terá em nosso meio sua casa, sua raiz, sua origem e seu povo.
A Sé Primacial será sempre sua referência, sua memória afetiva, sua escola de fé e seu lar espiritual. E nós, irmãos e irmãs desta amada Igreja, nos comprometemos a rezar por seu ministério, por sua missão, por sua saúde, por sua fidelidade.
Querido Dom Victor, com o coração cheio de gratidão, a Arquidiocese de São Salvador da Bahia, terra da primeira missa e da primeira catedral do Brasil, terra dos santos e mártires, terra de fé viva e vibrante, o saúda com júbilo nesta noite:
- Louvado seja Deus por sua vocação!
- Louvado seja Deus por sua fidelidade!
- Louvado seja Deus por sua ordenação episcopal!
- Louvado seja Deus porque a Igreja é viva e continua crescendo!
E, agora, como filho desta casa, vá com confiança. Vá com coragem. Vá com fé. O Senhor está contigo. A Mãe de Deus te acompanha. Os santos te guardam. E nós te sustentamos com nosso amor.
Que sua vida episcopal seja reflexo da luz do Cristo Bom Pastor. Que seu coração seja casa para os pobres, refúgio para os cansados, escola para os jovens, força para os fracos, guia para os fiéis. Que seu ministério seja fecundo, luminoso, alegre, fiel até o fim.
E quando, um dia, o Senhor lhe chamar à eternidade, possa Ele mesmo lhe dizer: “Servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor” (Mt 25,21).
Mas até lá, caminhe com esperança! Sirva com alegria! Reze com fervor! Governe com justiça! Ensine com sabedoria! Ame com ardor! E viva com Cristo, em Cristo e para Cristo!
Com toda a nossa admiração e oração,
Todo o Clero, Religiosos(as), Seminaristas e Fiéis da Arquidiocese de São Salvador da Bahia
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