RITO DE TOMADA DE POSSE DO NOVO PÁROCO
(Cf. Cerimonial dos Bispos, nn. 1185-1198)
ORIENTAÇÕES
Celebra-se a Missa do dia, ou, dos dias que são permitidos em segundo lugar como rubricas, pode-se celebrar a Missa votiva do Titular da igreja ou do Espírito Santo (CB 1187). A cor dos paramentos deve seguir a liturgia escolhida.
Todos aqueles que auxiliam diretamente na celebração devem estar cientes do rito e de suas funções:
a) O pároco ou administrador paroquial deve estar atento ao rito e à periodicidade do cerimoniário que o acompanhará;
b) A equipe de liturgia paróquia precisa estar ciente das coisas que devem ser preparadas com antecedência ao rito (comentários, preces e cantos);
c) Os coroinhas e leitores devem conhecer o rito e as especificidades que alteram o rito ordinário da Missa para que possam estar com prontidão naquilo que eles dizem respeito, principalmente colaborando com os seminaristas.
Além do que é necessário para a Missa estacional, deve-se preparar:
a) Livro dos Evangelhos;
b) Roteiros para os bispos e para o pároco;
c) Chaves da igreja e do sacrário;
d) Documentos a serem assinados.
RITOS INICIAIS
Chegando ao altar e feito a devida reverência, o celebrante beija-o em sinal de veneração e, se por oportuno, incensa-o. Em seguida, todos dirigem-se às cadeiras.
Terminado o canto de entrada, toda a assembleia, de pé, faz o sinal da cruz, enquanto o celebrante diz:
Pres.: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo .
Ass.: Amém.
O celebrante, voltado para o povo e abrindo os braços, saúde-o:
Pres.: A paz esteja convosco.
Ass.: O amor de Cristo nos uniu.
Antes do ato penitencial, é proferida a leitura da provisão canônica , ou da nomeação geral, pelo chanceler (caso se faça pessoalmente na celebração) ou por um padre delegado pelo ordinário local.
Tendo lido a provisão, o chanceler entrega o documento ao bispo e esta a entrega ao padre que está sendo empossado. Após mostrar a provisão ao povo, o padre se posiciona diante do bispo que, sentado, com mitra e báculo recebe a profissão de fé.
Pároco: Eu Pe. N. acredito firmemente e professo todas e cada uma das verdades contidas no Símbolo da Fé, a saber:
Creio em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus: e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja, uma, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir. Amém. Com firme fé também creio em tudo o que na palavra de Deus escrita ou transmitida se contém e que é proposta como divinamente revelada e de fé pela Igreja, quer em solene definição, quer pelo magistério ordinário e universal. Firmemente também acolho e guardo todas e cada uma das afirmações que são propostas definitivamente pela mesma Igreja, a respeito da doutrina sobre a fé e os costumes. Enfim presto minha adesão com religioso acatamento de vontade de inteligência às doutrinas enunciadas, quer pelo Romano Pontífice, quer pela Conferência dos Bispos, ao exercício do Magistério autêntico, ainda que não sejam proclamadas por ato definitivo.
Terminada a profissão de fé, segue-se o Ato Penitencial e, caso oportuno, o Hino de Louvor. Faz-se a oração do dia e prossegue-se a Liturgia da Palavra como de costume.
ENTREGA DO LIVRO DOS EVANGELHOS
Terminada a segunda leitura (ou o Salmo Responsorial), o Arcebispo, se necessário, se dirige e se senta numa cadeira posicionada em frente ao altar. O novo Pároco se coloca de joelhos diante do Arcebispo. O Diácono que entrou com o Livro dos Evangelhos toma solenemente o Livro que está sobre o altar e o entrega ao Arcebispo.
Observação: Na missa de posse paroquial o diácono NÃO proclama o Evangelho como de costume, a proclamação é feita pelo próprio pároco.
O Arcebispo entrega o Livro dos Evangelhos ao novo Pároco, dizendo:
Pres.: Recebe o Evangelho de Cristo, do qual foste constituído mensageiro. Transforma em fé viva o que leres, ensina aquilo que crês e procura realizar o que ensinais.
Pároco: Dá-me a tua benção.
Pres.: O Senhor esteja em teu coração e em teus lábios, para que possas anunciar dignamente o teu Evangelho. Em nome do Pai e do Filho e + do Espírito Santo.
Feito isso, o pároco ergue o Evangeliário e se dirige ao ambão, de onde proclamará.
RENOVAÇÃO DAS PROMESSAS SACERDOTAIS
Terminada a homilia, é necessário que o novo pároco renove suas promessas que fez na ordenação, respondendo às perguntas do Bispo ou do presbítero delegado pelo ordinário local:
Pres.: Filho caríssimo, diante do povo que será entregue aos seus cuidados, renova o propósito de prometeste na tua ordenação.
Queres desempenhar sempre o teu encargo, como fiel cooperador da Ordem episcopal, apascentando o rebanho do Senhor sob a direção do Espírito Santo?
Pároco: Quero.
Pres.: Queres celebrar com devoção e fidelidade os mistérios de Cristo, para louvor de Deus e santificação do povo cristão, segundo a tradição da Igreja?
Pároco: Quero.
Pres.: Queres unir-te, cada vez mais ao Cristo, Sumo Sacerdote, que se entregou ao Pai por nós, e ser com ele consagrado a Deus para a salvação dos homens?
Pároco: Quero.
Pres.: Queres com dignidade e sabedoria desenvolver o ministério da palavra, proclamando o Evangelho e ensinando a fé católica?
Pároco: Quero, com a graça de Deus.
O pároco se aproxima e se ajoelha diante do bispo, que o interrogará:
Caso seja o ordinário local que preside, dirá:
Ordinário: Prometes respeito e obediência a mim e aos meus sucessores?
Pároco: Prometo.
Caso não seja o ordinário, mas o vigário episcopal ou outro presbítero designado:
Pres.: Prometes respeito e obediência ao teu bispo e aos seus sucessores?
Pároco: Prometo.
Tanto o ordinário quanto o legado concluirá dizendo:
Pres.: Deus, que te inspirou este bom propósito, te conduza sempre mais à perfeição.
ENTREGA DAS CHAVES DA IGREJA
O presidente toma então as chaves da igreja e as entrega ao pároco, dizendo:
Pres.: Recebe as chaves da igreja e cuida da parte do povo de Deus que te é confiada. Desempenha com verdadeira caridade e alegria contínua a missão de Pároco, buscando em tudo agradar a Cristo, o Bom Pastor, do qual foste constituído ministro.
O celebrante apresenta ao novo pároco a chave do sacrário, dizendo:
Pres.: Lembra-te de que a Eucaristia é o ápice e a fonte de todo culto e da vida cristã, em que se realiza a unidade do povo de Deus e se completa a construção do Corpo de Cristo. Por isso, zela com todo o cuidado para que a Eucaristia seja o ápice da ação pastoral e de toda a vida da Paróquia.
Então, ambos permanecem alguns instantes de joelhos diante do Santíssimo Sacramento.
JURAMENTO DE FIDELIDADE
O pároco então, impondo sua mão direita sobre o livro dos Evangelhos, diz:
Eu, Pe. N., ao assumir o ofício de Pároco desta Paróquia prometo conservar-me sempre em comunhão com a Igreja Católica, tanto por palavras como pela minha maneira de proceder. Desempenharei, com grande diligência e fidelidade, os deveres a que estou obrigado para com a Igreja, tanto universal como particular, na qual fui chamado a exercer o meu serviço segundo as normas do direito. No exercício do meu cargo, que me foi confiado em nome da Igreja, conservarei intacto, transmitirei e explicarei fielmente o depósito da fé, evitando todas as doutrinas que lhe são contrárias. Acatarei a disciplina comum de toda a Igreja e favorecerei a observância de todas as leis eclesiásticas, especialmente as contidas no Código de Direito Canônico. Seguirei, com obediência cristã, o que os sagrados Pastores declaram como doutores e mestres autênticos da fé ou estabelecem como chefes da Igreja, e prestarei fiel ajuda aos Bispos diocesanos, para que a ação apostólica, a exercer em nome e por mandato da Igreja, se realize em comunhão com a mesma Igreja. Assim Deus me ajude e os santos Evangelhos de Deus que toco com as minhas mãos.
Ass.: Graças a Deus!
Feito isso, o presidente da celebração saúda o novo pároco e, se oportuno, alguns outros sacerdotes presentes e representantes da comunidade paroquial também o fazem.
Após toda a apresentação, o celebrante e o novo pároco retornam ao presbitério e continuam a celebração da Santa Missa normalmente.
LEITURA DA ATA DE POSSE
Após a oração pós-comunhão, o chanceler (ou o secretário ad hoc) dirige-se ao ambão e profere a leitura da ata de posse do novo pároco que será, ao final da leitura, devidamente assinada pelo Arcebispo, pelo chanceler e pelo empossado.
Feito isso, o novo pároco pode proferir algumas palavras à sua nova comunidade.
O presidente da celebração dá a benção final e despede os presentes como de costume.
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