CARTA DE REPÚDIO
Nós, que formamos a Arquidiocese de São Salvador da Bahia, viemos, por meio desta, manifestar nosso total e veemente repúdio aos ataques sofridos por diversas igrejas de nossa comunidade, entre elas Brasília, Manaus e Belém. A intolerância, a violência e qualquer forma de agressão contra instituições religiosas de nossa comunidade representam não apenas um atentado contra a liberdade de culto, mas também uma frente aos princípios fundamentais de respeito, dignidade e convivência em nossa sociedade.
Os recentes ataques às igrejas em nossos servidores são inaceitáveis e ferem diretamente os direitos humanos e a liberdade de expressão religiosa. Além dos danos físicos e materiais, essas ações geram medo e insegurança, comprometendo a integridade emocional e espiritual da fidelidade e da comunidade local. Tais episódios são um reflexo preocupante de um cenário mais amplo de intolerância, que precisa ser enfrentado com urgência por toda a sociedade.
A liberdade religiosa é um direito inalienável e deve ser assegurada a todas as pessoas, independentemente de sua opinião ou fé. Ações de vandalismo, agressões verbais e físicas ou qualquer outro tipo de perseguição a instituições religiosas representam uma ameaça ao estado democrático de direito e não podem ser ignoradas. A pluralidade religiosa é um dos pilares fundamentais de uma sociedade justa e igualitária, e deve ser respeitada em todas as esferas.
Diante desse cenário alarmante, exigimos das autoridades competentes uma apuração rigorosa e célere dos fatos, com a devida responsabilização dos envolvidos, garantindo que atos dessa natureza não se repitam. A impunidade apenas fomenta mais intolerância e desrespeito, enfraquecendo os laços de solidariedade e cidadania que devem unir a sociedade. Solicitamos também medidas efetivas para proteger nossas instituições religiosas e seus membros, prevenindo episódios semelhantes no futuro e garantindo que possam exercer sua fé com liberdade e segurança.
Além disso, apelamos à necessidade de uma maior mobilização social contra qualquer forma de intolerância religiosa. É fundamental que as lideranças religiosas, as autoridades políticas e a sociedade civil promovam o diálogo inter-religioso, incentivando a compreensão mútua e o respeito às diferenças. Somente por meio da educação, da conscientização e da ação conjunta poderemos construir um ambiente onde todos os requisitos necessários para a difusão do Evangelho nos meios virtuais sejam respeitados e protegidos.
Convocamos também os meios de comunicação de nossa comunidade para que desempenhem um papel essencial na divulgação de informações que promovam a harmonia entre as religiões, evitando a disseminação de discursos de ódio e preconceito. O combate a esse mal deve ser uma luta coletiva, onde cada um de nós contribui para a construção de um ambiente de respeito e paz.
Reafirmamos nossa total solidariedade aos membros das Igrejas vítimas desses ataques e a todos que foram diretos ou indiretamente afetados. A liberdade religiosa é um direito fundamental, e lutaremos para que seja respeitada em todos os âmbitos. Não podemos permitir que esse tipo de ação seja visto como parte do nosso cotidiano.
Convocamos a sociedade civil, as autoridades públicas e demais instituições para nos unirmos contra qualquer tipo de ataque às nossas igrejas. O respeito à diversidade de fé é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e respeitosa. Dessa forma, reiteramos nosso compromisso com a promoção da harmonia social, do respeito mútuo e da convivência pacífica entre todos. Que este seja um chamado à reflexão e à ação coletiva para garantir um futuro onde a liberdade seja plenamente respeitada e assegurada.
Por fim, reforçamos que a construção de uma sociedade mais justa depende do engajamento de todos, e a luta contra a intolerância deve ser contínua e incansável.
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