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Carta de Orientação ao Clero: O Dom Sacerdotal, o Serviço e a Fidelidade

 


"Eis-me aqui Senhor para servir, eis-me aqui Senhor no teu altar, celebrar a vida, a vida em comunhão, a minha vida eu quero te entregar"

Amados irmãos no sacerdócio,

Que a graça e a paz do nosso Senhor Jesus Cristo estejam convosco. Dirijo-vos esta carta com o coração cheio de zelo e amor fraterno, para estimular a grandeza do chamado que recebemos, a profundidade de nosso serviço e a fidelidade inabalável que nos é útil. Que o Espírito Santo nos ilumine nesta caminhada e nos conceda a força necessária para sermos fiéis pastores dos rebanhos que nos foram confiados.

O sacerdócio é um dom sublime, um chamado divino que não escolhemos, mas que nos foi confiado pelo próprio Cristo, conforme vemos no Evangelho segundo João: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi” (Jo 15,16). A vocação sacerdotal não é uma mera profissão ou uma escolha pessoal baseada em interesses humanos; é um chamado de Deus, que nos separa para uma missão especial no mundo.

Ser sacerdote significa ser configurado para Cristo, o Sumo e Eterno Sacerdote. Somos chamados a ser outro Cristo no meio do povo, a sermos instrumentos da graça divina e canais do amor misericordioso do Pai. Isto chamado exige de nós uma resposta de generosidade, renúncia e entrega total.

O dom sacerdotal é um mistério que nos ultrapassa, mas que se manifesta de maneira concreta em nossa vida cotidiana. Cada sacramento que administramos, cada homilia que pregamos, cada aconselhamento que damos deve ser expressão desse chamado divino. Não somos meros funcionários da Igreja; somos ministros do Altíssimo, enviados para conduzir as almas ao encontro do Deus vivo.

Essa vocação exige de nós uma intimidade profunda com Cristo. Não podemos ser pastores eficazes se não formos antes dos homens de oração. A Eucaristia deve ser o centro da nossa vida espiritual. A Liturgia das Horas, a meditação da Palavra e o estímulo devem ser práticas diárias que sustentam nossa caminhada. Um sacerdote que não reza se torna um homem vazio, incapaz de alimentar o povo com a verdadeira seiva da vida espiritual. E se engana quem pensa que essa prática de oração é exclusiva dos Monsenhores, bispos, cardeais ou o Papa. A oração deve sempre ser o nosso sustento, principalmente nos momentos mais difíceis de nossas vidas.

Nosso ministério é um serviço contínuo. Somos chamados a lavar os pés de nossos irmãos, seguindo o exemplo de Cristo na Última Ceia (Jo 13,14-15). Esse serviço se manifesta em diversas dimensões: na administração dos sacramentos, na evangelização, no cuidado pastoral, na atenção aos pobres e marginalizados.

O sacerdote não vive para si mesmo, mas para os outros. Nosso tempo não nos pertence; pertence a Deus e ao seu povo. precisamos estar disponíveis, prontos para atender aos que nos procuram, seja para um aconselhamento, ou simplesmente para ouvir e consolar. A proximidade com a fidelidade é essencial. O bom pastor conhece suas ovelhas e caminha com elas.

O serviço sacerdotal também exige humildade. Não somos senhores, mas servos. Somos chamados a liderar, mas com o coração de um servo, como fez Jesus. Nossa autoridade não deve ser exercida com prepotência, mas com amor, paciência e compreensão. Um sacerdote arrogante afastado as almas, enquanto um sacerdote humilde as atrai para Cristo.

Além disso, o serviço sacerdotal sacrifício exige. Muitas vezes, seremos chamados a renunciar ao descanso, ao conforto, e até mesmo aos nossos próprios planos para atender às necessidades do povo de Deus. Mas é justamente nessa entrega que encontramos a verdadeira alegria do sacerdócio. Quando damos a nossa vida pelos outros, estamos imitando a Cristo, que “não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgatar por muitos” (Mt 20,28).

A fidelidade é uma virtude essencial para nós, sacerdotes. Somos chamados a ser fiéis a Deus, à Igreja e ao povo que nos foi confiável. Essa fidelidade deve se manifestar em três aspectos principais: na doutrina, na moral e na vida espiritual.

O sacerdote deve ser um homem de verdade. Não pregamos nossas ideias próprias, mas a doutrina de Cristo transmitida pela Igreja. O mundo de hoje está repleto de relativismo e ideologias falsas que tentam diluir a verdade do Evangelho. Nosso dever é permanecer firmes na sã doutrina, sem concessões ou moderadas ao espírito do tempo. Como São Paulo exortou a Timóteo: “Prega a palavra, insiste oportuna e inoportunamente, repreende, ameaça, exorta com toda paciência e doutrina” (2Tm 4,2).

Devemos estudar continuamente a Sagrada Escritura, a Tradição e o Magistério da Igreja. Um sacerdote ignorante de sua fé torna-se um guia cego, incapaz de dirigir as almas ao caminho da salvação. O povo de Deus tem sede da verdade, e nós somos os responsáveis ​​por saciar essa sede com o ensino autêntico da Igreja.

A fidelidade também se manifesta na vivência moral. O sacerdote deve ser um homem íntegro, cuja vida seja consistente com o Evangelho que prega. O escândalo causou por sacerdotes que viveram de maneira à moral cristã afastadas as almas e vingança a revisão da Igreja. Por isso, devemos ser vigilantes sobre nossa conduta, fugindo de toda ocasião de pecado e buscando sempre a santidade.

O compromisso com o celibato é um aspecto fundamental dessa fidelidade. Somos chamados a viver a castidade com alegria e liberdade, como sinal de nossa entrega total a Deus. O mundo não compreende essa escolha, mas sabemos que se trata de um dom precioso que nos configura mais plenamente a Cristo.

Além disso, devemos ser fiéis na administração dos bens da Igreja. Somos apenas administradores, não donos. O dinheiro e os recursos que recebemos devem ser usados ​​com transparência e para o bem da comunidade. A tentativa de materialismo e de corrupção deve ser firmemente combatida em nosso coração.

Nenhum sacerdote pode permanecer firme sem uma vida espiritual profunda. A oração, os sacramentos e a busca pela santidade devem ser nossa prioridade. Se nos salvarmos da vida espiritual, cedo ou tarde cairemos na tibieza, no desânimo e na infidelidade.

devemos ter um amor especial pela Eucaristia. A Santa Missa não pode ser apenas uma obrigação, mas o coração da nossa vida. celebramos-la com devoção e amor, conscientes de que todos se realizam o maior mistério de nossa fé. O entusiasmo ao Santíssimo Sacramento também deve ser uma prática constante em nossa vida sacerdotal.

A confissão regular é outro pilar da fidelidade. Assim como ouvimos as confissões dos fiéis, também precisamos nos confessar com frequência. O pecado nos enfraquece, e somente a graça de Deus pode nos manter firmes.

Por fim, uma fidelidade exige perseverança. O caminho sacerdotal não é fácil. Haverá momentos de provação, crises, tentações e desânimos. Mas se permanecermos fiéis, Deus nos sustentará. Ele nunca nos abandona. Devemos lembrar-nos das palavras de São Paulo: “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé” (2Tm 4,7).

Queridos irmãos, o sacerdócio é uma missão exigente, mas também uma fonte de imensa alegria. Não há maior felicidade do que ser instrumento da graça de Deus, do que Cristo traz às almas e conduz os homens à salvação.

Sejamos sacerdotes fiéis, servidores dedicados e homens de Deus. Que Maria, Mãe dos Sacerdotes, nos guie e nos proteja, ajudando-nos a viver nossa vocação com amor e fidelidade.

Que Deus te abençoe imensamente.

Mons. Lucas Henrique Lorscheider 

Chanceler arquidiocesano

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