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Mensagem de Natal


Ao clero, religiosos e leigos da Arquidiocese de Salvador, saudações e bençãos no Senhor.

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“Não te julgues incapaz de alcançar menos que os maiores santos” (São Vicente Pallotti).

Nos dias atuais encontrar cada vez mais difícil jovens que queiram doar as suas vidas para a santificação do povo de Deus, mas a Igreja espera que surjam novas vocações, a Igreja espera novos santos de nossa atualidade, santos que não têm medo de doar-se para levar o Evangelho aos confins da terra. Neste momento pensamos nos sacerdotes que conhecemos e esperamos que eles se assemelhem mais a esses servos e mais ainda ao menino Jesus que cujo nascimento relembramos nessa época tão importante para os cristãos. No natal, o nosso espírito abre-se à esperança, ao contemplar a glória divina escondida na pobreza de um menino envolvido em panos e reclinado à impotência de um recém-nascido! Conseguir este paradoxo, o paradoxo do natal, é descobrir a verdade que liberta, o amor que transforma a existência. 

Na noite de Belém, o Redentor faz-se um de nós, para ser nosso companheiro nas estradas insidiosas da história. Acolhamos a mão que ele nos estende: “é uma mão que não nos quer tirar nada, mas apenas dar”. (Bento XVI) 

Começamos a vivenciar as passagens do nascimento, vida e caminhada de Jesus ao nosso lado, percorrendo sua trajetória da salvação de toda a humanidade. “Lembra-te, Senhor, da tua Igreja, livra-a de todo o mal, aperfeiçoa-a no teu amor. Congrega-a, santificada dos quatro cantos do mundo, no reino que Tu lhe prepara. Porque teu é o poder a glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (Dadiquê 10,5 (Um livro da Igreja primitiva dos séculos I/II)

Deixemos que os inconfundíveis acordes da música natalina por excelência nos transportem misticamente à noite do nascimento do Divino Rei. Quantas vezes um perfume, uma imagem, um som, um sabor, uma música ou até mesmo uma palavra nos registram certa época de nossa vida, lembram algum episódio histórico, ou nos fazem reviver momentos especiais. Assim acontece, já no mês de novembro, quando ruas e lojas começam a se preparar para uma das festas mais importantes do ano: o nascimento do Menino Jesus. São muitos os sinais que evocam, sob aspectos diferentes, o momento em que os céus se abriram para permitir a descida do Redentor, vindo ao mundo por amor aos homens. 

A árvore de natal, belamente enfeitada de bolas coloridas e as deslumbrantes luzes, lembra-nos com seus presentes, o maior dom dado por Deus à humanidade: seu próprio Filho! No presépio representa-se a inspiração que os Reis do Oriente renderam ao Menino Jesus, levando-Lhe ouro por ser o Rei dos reis, incenso por ser Deus verdadeiro em sua verdadeira humanidade, e mirra por ser o Redentor, que teria de comprar com seu sofrimento a salvação dos homens. Não podemos esquecer do menu da Ceia, parte importante da celebração natalina. Pensado com antecedência, ele procura simbolizar os manjares celestiais em torno dos quais se reúnem os bem-aventurados no Céu empíreo, a fim de propiciar uma conversa amena e um convívio agradável. Mas talvez o que mais fale à alma sejam as músicas natalinas, pervadidas de inocência e transbordantes de afeto para com o Deus Menino nascido em Belém. E, entre todos, expressando por excelência o significado de Natal, está o Stille Nacht

“Conta a tradição nasceu esta famosa canção do coração de dois homens. Um deles foi o padre Joseph Mohr, a quem podemos imaginar no pequeno povoado austríaco de Obendorf, no ano de 1818, preparando seu sermão para a Missa do Galo. Eis que, enquanto ele se encontrava imerso na leitura das Sagradas Escrituras, deitando toda sua atenção sobre elas, tocou à sua porta uma camponesa pedindo-lhe para ir abençoar o bebê recém-nascido de um lenhador. O sacerdote agasalhou-se e acompanhou a boa mulher. Pelo caminho, permaneça concentrado, pensando na homilia que teria de pregar, mas ao chegar à humilde cabana, o cenário com que se deparou marcou-o profundamente. Banhado por débil luz e calor por quebra de lareira, um leito simples acolhia a jovem mãe com o recém-nascido doce e serenamente adornado em seus braços, aguardando ser abençoado. 

Quanta paz! Quanta Inocência! Quanta presença do sobrenatural havia naquela cena única! No retorno, um poema fluiu com extrema facilidade de sua pena descrevendo os sentimentos que embalaram sua alma na pobre choupana. Foi escrito o _Stille Nacht!_ Na manhã seguinte, o padre Mohr se contou na casa de seu grande amigo, Franz Gruber, professor de música do lugar, e mostrou-lhe as linhas que havia escritas. Gruber se encanta com a poesia e, inspirado por sua natalina beleza,logo compõe uma melodia para ela. A partir daí, aquela que marcou a História como a canção de Natal arquetípica foi sendo difundida aos Poucos pelo mundo. E não foram as belas vozes dos cantores nem o melodioso som dos instrumentos que a consagraram, mas sua virtude para impregnar de candura natalina dos ambientes onde ela é entoada. Saibamos aproveitar este tempo do Natal, pervadido de vitórias e inocência, para ver, nas fragilidades de um Deus feito Menino, o Senhor e Criador do Universo. 

Que nossos sentimentos de ternura e compaixão ao contemplar seu pequenez infantil são cumulados de reverência e veneração, junto com o ardente desejo de que todos os homens Lhe entreguem suas vidas, sua vontade e todo o seu ser. Peçamos também a graça de ser inocentes, a fim de podermos entender a fundo o verdadeiro significado do que aconteceu na gruta de Belém. E deixamos que os acordes do Stille Nacht nos transportem misticamente à noite do nascimento do Divino Rei, para podermos rejubilar de alegria com toda a natureza, porque o Invisível se tornou visível, por sua Divina Humanidade, em uma “noite feliz!”. (adaptado))

A todos um feliz e abençoado Natal e que o espírito desta festa que celebramos infundam seus seres para que possamos compreender o mistério que está por traz da inocência de um menino simples e indefeso feito de carne e osso como qualquer um de nós. “Vós sois santo, ó Deus do universo, e tudo o que criastes proclamam o louvor, porque, por Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso e pela força do Espírito Santo, dais vida e santidade a todas as coisas. Na verdade é bendito o seu Filho presente no meio de nós quando nos reunimos por seu amor...” A Ele a honra, o poder e a glória pelos séculos dos séculos. Amém.


Monsenhor Lucas Henrique Lorscheider.
Chanceler 


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